quinta-feira, 28 de setembro de 2017

E Cristo continua sendo crucificado...

Sei que muitos, senão todos, irão no mínimo estranhar esse título desse texto.  Mas é a minha constatação, porque procurei fazer da minha vida um exemplo do que é ser uma Consciência Crística, de seguir o exemplo de Jesus Cristo, muito mais do que acreditar que ele está do meu lado, ou de ficar cantando louvores a ele. 

"Amai ao próximo, da mesma forma que amas incondicionalmente a si mesmo".  Esse foi o meu lema desde que comecei a despertar, quando comecei a estudar o Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.  Isso foi o que me despertou quando tinha cerca de 18 anos.  Mas é claro que a vida sempre me guiou para esse caminho, sempre com chamadas mediúnicas de espíritos diversos que sempre me rodearam.


Eu tinha uma grande missão a cumprir, e desde que percebi isso me entreguei ao fluxo do universo e deixei que minhas decisões fossem tomadas no espaço do meu coração.

É, eu já sei o que é isso a muito tempo!  O Amor sempre foi minha principal e única crença.

Isso me trouxe vantagens e desvantagens ao longo de todo esse tempo.  Certamente conquistei muitos amores e valiosas amizades, mas também contrariei muita gente.

Tive muita prosperidade em minha vida.  Enquanto muitos que se formaram comigo na época da faculdade migraram para a área de telecomunicações, com seus altos e baixos, eu migrei para a área de petróleo.  E foi algo inesperado, surpreendente e apaixonante!

Enquanto eu já conhecesse alguns que tinham experimentado essa vida e só falavam horrores dela, para mim foi uma das coisas mais maravilhosas que já me aconteceram!  Trabalhar em alto mar, em contato direto com todo aquele universo aquático, apreciando a presença de golfinhos, baleias, peixes, arraias, sem dúvida é uma experiência incrível.  Mas ainda foi melhor, porque eu trabalhava com uma tecnologia que ainda me permitia ver as imagens debaixo d'água!  Os robôs submarinos sem dúvida constituíram uma paixão à parte para mim.  Foi Amor à primeira vista, sem dúvida!

Mas nem tudo foi tão maravilhoso assim.

Foi aonde comecei a tomar contato com o mundo corporativo e todas as suas regras, nem sempre amistosas ou racionais.  O sistema começou a me afetar.

No início, enquanto nos estágios de aprendizado, quando tudo é novidade, não é tão ruim assim.  Mas conforme o tempo passa, e aquilo vai se tornando uma rotina, a coisa já vai mudando de figura.  Não que com o tempo eu já não tivesse mais prazer naquilo que fazia, nunca deixei de ter gosto pela minha profissão!  Mas conforme você ia crescendo profissionalmente, o dinheiro aumentava certamente, mas também aumentavam as responsabilidades.  E também aumentavam as cobranças.  Não que eu fosse avesso à isso, mas em dado momento isso começou a ser escravizante.  Não há melhor palavra para descrever isso.

Para uma Consciência Crística, competição não é exatamente um ambiente amistoso.  Sem contar que é um ambiente isolacionista, onde o que vale é cada um por si e... Bom, Deus não tem muito espaço nisso, a verdade é essa!  Uma Consciência Crística certamente dará preferência por fazer o trabalho em equipe, mas embora isso até acontecesse ocasionalmente, no dia a dia o que valia era a disputa para ver quem se destacava mais, porque mais tarde apenas um conseguiria uma promoção.  E se não era a manipulação da promessa de promoção, havia a manipulação da promessa de prêmio no fim do mês, caso terminasse com produtividade em alta, sem perdas por falhas do equipamento.

E eu devo dizer que vi muita gente perdendo a saúde para conseguir manter aqueles equipamentos funcionando, muitas vezes equipamentos velhos e muito ultrapassados.

Não, a coisa nem sempre foi agradável.  Mas eu já comecei a me questionar tudo isso.  Será que valia a pena perder a saúde, ou mesmo ficar sem ter descanso, ou mesmo ficar sem comer, só para que no fim do mês os ganhos fossem grandes?  Até onde deveria ir esse sacrifício pela empresa?

Para os diretores e gerentes, isso era necessário para que os ganhos fossem garantidos, e o lucro se fizesse presente.

É, eu sei bem o que é ser tratado como uma máquina.  E as vantagens dos planos de saúde e do seguro de vida?  Apenas recursos para que a empresa se protegesse judicialmente.  Não, a empresa não tinha amores por você!  Você era só mais um número.

E mesmo quando eu consegui chegar a um cargo de chefia, quando me tornei um Supervisor... Aí então a exigência era ainda maior!

Se enquanto em posições de submissão, a Consciência Crística era considerada sem atitude, quase desinteressado, pura e simplesmente porque eu me negava muitas vezes a entrar naquela disputa toda por promoções, embora fosse um excelente profissional naquilo que fazia, quando me tornei um Supervisor a Consciência Crística, que aos olhos de seus subordinados constituía um verdadeiro líder que coordena, instrui, mas deixa espaço para que seus subordinados resolvam as tarefas da maneira que cada um sabe resolver, para seus superiores constituíam funcionários incompetentes, sem pulso, sem capacidade de comando, pois na visão deles um Supervisor não devia ser um líder, mas um Senhor de Engenho que comanda seus subordinados com chicote e extrema crueldade!  Esses eram os funcionários de mais valor.  Era assim, ou então viver puxando o saco dos gerentes, acariciando seus egos, fazendo favores, sempre marcando presença na base de comando, nos períodos de folga, que muitas vezes precisavam ser sacrificados em nome de treinamentos diversos.

Para a Consciência Crística, o tempo de folga era um tempo muito valioso disponível para se dedicar a família, aos outros amigos fora do ambiente de trabalho.  Mas o mundo corporativo não queria saber disso.  Fingiam que se importavam, mas o que importava de verdade eram os ganhos gerados, os lucros, e que todos dessem tudo de si para fazer tudo funcionar perfeitamente.

Quando minha esposa perdeu a avó materna e a mãe, pois as duas faleceram em um curto período de 3 meses entre falecimentos, e a empresa estava fazendo de tudo para me enviar aos Estados Unidos para fazer um treinamento forçado de longa duração, eu não tive outra escolha a não ser pedir demissão.  Claro que naquele momento, muito provavelmente, eu estava assinando a minha pena de morte profissional, pois estava demonstrando extrema rebeldia e insubordinação aos Sistema, mas eu não poderia fazer diferente.  Meu Amor pela minha esposa devia vir em primeiro lugar, e eu tinha que lhe dar suporte naquele momento.

Muitos não entenderam a minha atitude.  Fui duramente criticado até por vários da minha própria família!  Mas eu não me importava.  Faria tudo de novo, do mesmo jeito, pois eu precisava fazer valer minha Consciência Crística!

Mas o estrago já estava feito.  Eu ainda voltei a trabalhar como um operador em outra empresa, mas assim que entrei nessa empresa, a qual eu tinha iniciado a minha carreira profissional, houve uma voz na minha cabeça me dizendo que eu estava encerrando ciclo ali.

Em 2015 veio a destruição do setor de Petróleo brasileiro, e o que foi um mercado próspero durante muito tempo, veio abaixo com todas as denúncias de corrupção que explodiam na mídia.

Não preciso dizer que fui um dos primeiros a ser mandado embora.  Afinal, alguém que não se deixava ser manipulado, não tem muita valia no Sistema.

Não consegui mais emprego desde então.  Tinha me tornado um profissional muito especializado, e para trabalhar com outra coisa precisava voltar a estudar, a fazer faculdade.  Mas também ainda tinha que pagar o financiamento interminável do meu apartamento.

Coloquei meu apartamento à venda para poder ter dinheiro em caixa para investir em uma nova carreira.  Mas muitos haviam perdido seus empregos, e o mercado imobiliário congelou.

Agora por último, o Sistema bancário me tirou o apartamento para ser colocado a leilão, já que não consigo mais pagar as prestações a uns 3 meses.


Não tenho mais nada.  Perdi tudo.  Me pergunto o que ainda falta para ser perdido.  É preciso muita coragem para admitir isso!  Mas para alguém espiritualizado, que sabe que somos muito mais do que aquilo que possuímos, isso se torna suportável.  Trata-se de mais uma experiência nessa jornada encarnatória.  Dura, mas ainda assim válida!

Mas uma coisa eu garanto: não me arrependo nem por um segundo das escolhas que fiz na minha vida!  Pois se hoje eu tenho o Amor e a admiração de muita gente, dentre amigos, colegas de trabalho, esposa, familiares e muitos outros que conheci ao longo do caminho, isso só mostra que fiz o que era certo.  Pois Deus Pai/Mãe, que sempre esteve comigo me guiando, me fortalecendo e me dando coragem para enfrentar tudo que precisei experimentar na minha vida, sempre me mostrou o caminho a ser seguido, e minha Fé sempre esteve acima de qualquer outra coisa.

Eu, Alexandre M. Pitta, e que alguns podem conhecer como Alessandro Castro (É, eles são a mesma pessoa, caso alguém ainda não tenha notado!), agradeço do fundo do meu coração, primeiramente à Deus Pai/Mãe por estar aqui presente neste momento tão importante para Gaia, que é esse momento de Ascensão, ao Universo por tudo que ele me proveu ao longo desse tempo, à todos os meus guias espirituais e meu Eu Superior por me ajudar sempre a tomar as melhores decisões, e agradeço também à todos vocês que puderam fazer parte da minha história, e que ela seja um exemplo de que o Amor é nossa essência natural, e é mais importante do que qualquer posse ou dinheiro desse mundo.

Esse pode estar sendo um dos últimos textos que estou escrevendo à vocês, antes que me expulsem daqui, desse lugar que me possibilitou seguir com a minha missão de fazer luz no mundo e colaborar no processo de Ascensão de Gaia e de toda essa porção do Universo, sempre divulgando mensagens diversas, comunicados, pensamentos, sempre voltados ao Amor Incondicional, à paz e à harmonia, mas acreditem que coloquei todo o meu Amor, todo o meu coração em cada palavra, cada linha, cada parágrafo escrito.

Deixo a vocês o meu legado de Amor, agradecendo até mesmo pelas experiências mais difíceis, pois elas é que nos fazem crescer ainda mais!

Fiquem na Paz e no Amor, sempre!


Alexandre/Alessandro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário