Em textos anteriores eu abordei a temática dos introvertidos, do quanto eles são criativos, imaginativos, intensos, lidam facilmente com a solidão, são avessos a ambientes lotados de energias e pessoas, possuem um poder de observação muito grande, têm muita facilidade de terem contato com seres de dimensões superiores, uma espiritualidade muito forte.
No entanto, existe um lado negativo de ser introvertido que está ligado exatamente ao fato de terem dificuldade de se socializar com pessoas. Se por um lado eles podem lidar muito bem com a solidão, coisa que se torna torturante para uma mente extrovertida que necessita de interações sociais e de ambientes diversos, por outro isso os leva a ter um processo de amadurecimento muito mais lento em relação aos extrovertidos. Ou podem até nunca amadurecerem por completo!
Ser uma pessoa avessa a interações sociais torna o processo de amadurecimento algo muito mais demorado, coisa que os extrovertidos tiram de letra exatamente por terem facilidade no trato social. Os extrovertidos tendem a amadurecer muito mais rapidamente do que os introvertidos porque estão sempre buscando novas experiências de interação com pessoas e ambientes diversos, e isso os leva a terem uma quantidade de experiências muito grande que os levarão a um processo de amadurecimento bastante acelerado.
Se por um lado essa coleção muito maior de experiências diferentes possa trazer um conhecimento prático muito mais amplo para os extrovertidos, por outro, dependendo da qualidade dessas experiências, isso pode tornar uma pessoa extrovertida alguém muito amargurado com a vida, se a quantidade de experiências traumáticas for muito grande, como também pode tornar uma pessoa extrovertida alguém super confiante e egocêntrica, caso esse conjunto de experiências seja composto por experiências positivas.
Para um introvertido que vive se limitando na quantidade de experiências que ele coleciona ao longo da sua vida, vivenciar experiências traumáticas pode ter um efeito ainda mais devastador, considerando que sua capacidade empática emocional torna tudo muito mais intenso e destrutivo. Estamos falando nesse caso de uma pessoa que pode se tornar alguém não só egocêntrica, mas arrogante e controladora, já que ela tende a criar uma capa de proteção que a leva a ignorar o mundo a sua volta, dando atenção principalmente ao seu mundo e seus problemas, não aceitando críticas ou julgamentos que possam ser construtivos, adotando rituais e procedimentos que se tornem exclusivos e obrigatórios.
A pessoa vai gradativamente se fechando ainda mais para evitar mais experiências traumáticas, se confinando em suas crenças pré-estabelecidas. Quando entram questões de religião então, a coisa toda se torna ainda mais obsessiva. Tudo que esse indivíduo possa ter absorvido ao longo da sua vida sobre crenças religiosas, e tudo que lhes foi ensinado por seus pais, as pessoas que constituem sua maior referência de caráter e comportamento diante da sociedade, se tornam leis inquestionáveis e absolutas, a serem transferidas para seus filhos, sem o menor espaço para questionamentos ou visões alternativas. Essa pessoa se torna inflexível em suas convicções, e vai fazer de tudo para impor sua crença e sua visão de vida a seus filhos.
Lembram-se desse gráfico?
Nele eu mostrava um panorama do perfil psicológico da humanidade no presente momento, conforme foi abordado em um outro texto escrito anteriormente. Muito embora se discuta que o oposto do medo seja a ira, eu prefiro considerar que medo e ira são duas faces da mesma moeda. Quem reage com ira, na verdade esconde um passado de traumas muito grandes e profundos, por isso reagem com ira. Quem usa medo e coação, ou menosprezo para controlar e conquistar respeito, na verdade está conquistando muita raiva e desprezo por parte de seus subordinados, ou filhos. Portanto se conclui que uma pessoa traumatizada pode responder expressando muito medo, ou pode responder expressando muita raiva. Vivemos em uma sociedade que reprime expressões de raiva, condena esse tipo de resposta, perpetuando gerações e mais gerações de seres de comportamento dócil. Mas, como já vimos, sempre há aqueles que questionam tudo, e isso requer muita coragem, obviamente! Coisa que nem todos são capazes de desenvolver em si mesmos.
Nessa situação, nós podemos considerar esses Escravos Convictos posicionados nesse gráfico da seguinte forma:
O que se observa é que essa classe de introvertidos traumatizados pelas experiências de convivência com pais tirânicos, de crenças rígidas inflexíveis, que impõem muitas das vezes suas crenças através de atos de violência, de agressão, impondo limites de extrema rigidez, acabam criando seres extremamente controladores, que irão repetir o mesmo padrão comportamental de seus pais, tornando-se um ser igualmente inflexível, já que ele considera que seus pais tinham razão em terem sido controladores tirânicos e passam a replicar esse padrão de comportamento e de inflexão, dessa forma perpetuando uma programação mental que já perdura a mais de mil anos, em uma sociedade que defende esse padrão de controle.
Esses ditos “Escravos Convictos” só não entram pura e simplesmente na categoria dos controladores absolutos, porque eles não são capazes de perceber que o seu padrão de comportamento só perpetua uma repressão baseada no medo, sempre pensando que estão “fazendo o melhor para seus filhos”. Trabalham com o medo inconsciente, convictos de que estão impondo regras que são inquestionáveis, baseadas em textos religiosos deturpados e manipulados, mas também em tudo que presenciam a sociedade se apoiar por geração após geração, além de verem seus próprios pais repetindo sempre os mesmos erros que são passados de pai para filho de forma absolutamente inconsciente.
Os introvertidos controladores podem ser considerados até mais perigosos do que os controladores psicopatas porque fazem tudo de forma inconsciente, convictos de que estão fazendo o que é certo para o bem de seus filhos, sem sequer considerarem os traumas sendo causados em suas mentes. Sua inflexibilidade e falta de questionamento demonstram um ser traumatizado que teve seu senso lógico desligado e inutilizado.
É evidente que eles são incapazes de perceber, conforme representado no gráfico, que são o exato oposto do que foi o Cristo, já que eles dão aquilo que receberam ao longo de sua vida, que foi uma total ausência de expressões de Amor, compaixão, carinho, seguindo uma programação que seria melhor traduzida da seguinte forma: “Odeia o próximo, da mesma forma que odeias a si mesmo!”
Infelizmente, vivemos em uma sociedade que já perpetua isso a muitos milhares de anos, e de forma totalmente inconsciente.
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